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Parés, Luis Nicolau. O rei, o pai e a morte. A religião vodum na antiga Costa dos Escravos na África Ocidental. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 488p. Na encruzilhada entre a história e a antropologia, o livro é um estudo pormenorizado sobre as práticas associadas aos deuses voduns na antiga Costa da Mina, nos reinos de Aladá, Uidá e Daomé, entre os séculos XVII e XIX, durante o período do tráfico atlântico de escravos. A partir da literatura dos viajantes europeus, e para além do discurso reducionista do fetiche, a seleção de documentos que descrevem o que as pessoas faziam em determinados momentos e lugares serve para mapear o movimento e a mudança das práticas rituais na região. A análise aponta para uma dinâmica de ajuste continuado da religião vodum às forças externas do comércio europeu e ao crescente processo de centralização política local. Como exemplo emblemático destacam-se as festas dos Costumes, celebradas em honra aos reis do Daomé e para ostentação do poder do Estado. Famosas por seus sacríficos humanos, o autor encara esse espinhoso tema arguindo uma correlação simbólica entre a troca sacrificial e a troca mercadológica dos corpos escravizados, respondendo ambas à expectativa de uma ganancia marginal. Para a reconstituição histórica dos Costumes, Luis Nicolau Parés, autor de A Formação do Candomblé – História da Nação Jeje na Bahia, lança mão de comparações etnográficas entre práticas da atual República do Benim e do Brasil, sugerindo o potencial de uma leitura crítica do ritual contemporâneo, enquanto memória codificada e polissêmica do passado. A parte final do livro traz reflexões sobre os desdobramentos atlânticos da religião vodum no processo formativo do candomblé na Bahia e do tambor de mina no Maranhão. Pelo seu foco temático e pela sua aposta metodológica, O Rei, o Pai e a Morte deve contribuir de forma significativa aos novos estudos sobre as religiões afro-brasileiras. Consulte reportagem acerca do livro em reportagem publicada na Folha de São Paulo. Adquira a obra no site da Companhia das Letras
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