Em sua relativamente curta carreira acadêmica, subitamente interrompida por motivos de saúde, Michel-Rolph Trouillot (1949-2012) tornou-se um dos mais destacados intelectuais caribenhos. Suas contribuições reverberaram não apenas no âmbito da produção caribeanista, mas também em análises críticas do aparato conceitual mobilizado pela antropologia e pela história. Membro de uma família de intelectuais, Trouillot radicou-se nos Estados Unidos após as perseguições políticas do regime ditatorial de François Duvalier. Doutorou-se em 1985, no Programa de História e Cultura Atlântica, da Universidade de John Hopkins, onde lecionou antes de se transferir para a Universidade de Chicago. Sua obra foi publicada em francês, inglês e krèyol haitiano, versando sobre temas diversos, como a revolução haitiana, o campesinato da Dominica, as plantations caribenhas, Estado e globalização. Em português, sua alentada revisão da produção antropológica caribenha (Annual Review of Anthropology, 1992), que inclui análises de questões de ordem metateórica da disciplina, foi publicada em Afro-Ásia (nº 58, 2018). Veja-se também artigo crítico sobre a suposta excepcionalidade do Haiti, publicado em Vibrant (2020) Recentemente, sua obra mais conhecida, Silencing the past, foi traduzida por iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Unicamp. Nesse livro, Trouillot analisa os dividendos das partições ontológicas, políticas e teóricas pressupostas nas reflexões de intelectuais sobre a Revolução Haitiana. Acesse o livro, disponível para download, aqui. Como aparato crítico, veja-se resenha publicada em Cadernos de Campo, bem como texto de Dale Tomich, construído em diálogo com as principais teses de Silenciando o Passado.
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Histórico
October 2020
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