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A escrita da cultura James Clifford e George Marcus (ed.) Rio de Janeiro: Papéis Selvagens Edições/Eduerj, 2016, 388p. A tradução da seminal obra organizada por James Clifford e George Marcus em 1986 finalmente é traduzida para o português em cuidadosa edição da Papéis Selvagens e da Editora da UERJ. O livro, que surgiu em meio a um campo crescente de etnografias experimentais, de reflexões em torno das relações entre antropologia e colonialismo e de críticas aos predicados epistemológicos e políticos implícitos nas tentativas de representar o outro, impulsionou debates sobre temas relativos à reflexividade, à epistemologia, à cultura, à etnografia, à historicidade do conhecimento antropológico e, em especial, sobre as dimensões políticas e a poéticas da etnografia. A evocação da escrita da cultura e da cultura da escrita, tal como expressa no título, aponta para outra dimensão fundamental desse empreendimento associado ao pós-modernismo em antropologia, na qual se acentuam os recursos discursivos, literários e retóricos subjacentes (mas não necessariamente explicitados) à construção do objeto antropológico. Questionam-se, assim, a aceitação tácita das fronteiras entre a escrita etnográfica e formas narrativas análogas, bem como o privilégio político e epistemológico do ponto de vista do observador. Writing Culture despertou reações diversas, muitas vezes antagônicas. Seja como for, tornou-se ponto de referência obrigatório, um marco de uma época de questionamento radical dos cânones antropológicos. A edição da Papéis Selvagens e da Editora da UERJ, portanto, não só recupera um momento fundamental da história da antropologia como repercute a atualidade de diversas questões enfrentadas pela obra. O livro, que conta com prefácio assinado por Maria Claudia Coelho, tradutora da obra, faz parte da Coleção Kalela. Entrevistas dos organizadores ajudam a melhor situar a obra em seu contexto. Consulte-se aquelas concedidas por George Marcus publicadas em Mana, Horizontes Antropológicos e na Cadernos de Campo clicando-se nos links. Em inglês, pode-se acessar um conjunto de cinco entrevistas concedidas por Clifford entre 1994 e 2002, publicadas pela Prickly Paradigm Press. Veja aqui. A fortuna crítica sobre o livro é ampla. Em volume de 2012, Cultural Anthropology publicou dossiê sobre os 25 anos da obra. O conteúdo dos artigos, incluindo reflexões de Clifford e Marcus, pode ser acessado na íntegra aqui (em inglês). Resenha de Roy Wagner sobre Writing Culture pode consultada neste link. No Brasil, umas das primeiras avaliações sobre o pós-modernismo em antropologia foi escrito por Teresa Caldeira, em 1988. Consulte o artigo publicado na Novos Estudos CEBRAP. A difusão da produção dos contribuidores de A Escrita da Cultura é relativamente diminuta no mercado editorial brasileiro. Até onde se tem notícia, Stephen Tyler e Renato Rosaldo nunca foram traduzidos para o português. Além disso, alguns livros encontram-se esgotados, casos de "Os olhos do império - relatos de viagem e transculturação" (Bauru: Edusc, 1999) e de "Antropologia da Razão" (Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1999), de Mary Louise Pratt e Paul Rabinow, respectivamente. Abaixo pode-se conferir uma listagem de livros e artigos, disponíveis em português, dos demais autores:
* James Clifford A experiência etnográfica. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1997 (Organização de José Reginaldo Gonçalves). Conte-me sobre sua viagem. (In: Revista de C. Sociais, Fortaleza, v. 44, nº 2, 2013). * Michel Fischer Futuros Antropológicos. Redefinindo a cultura na era tecnológica (Rio de Janeiro. Zahar, 2011 - tradução de Luis Fernando Dias Duarte). * Paul Rabinow Artificialidade e ilustração: da sociobiologia à biosociabilidade (In: Novos Estudos CEBRAP, nº 31, 1991). Cortando as amarras: fragmentação e dignidade na modernidade hoje * Talal Asad A construção da religião enquanto categoria (In: Cadernos de Campo, v. 19, 2010). Reflexões sobre crueldade e tortura (In: Pensata, v. 1, nº 1, 2011). * Vincent Crapanzano Diálogo (In: Anuário Antropológico, 88). A cena: lançando sombra sobre o real (In: Mana, v. 11, nº 2) Horizontes imaginativos: o além e o aquém (In: Revista de Antropologia, v. 48, nº 1, 2005).
2 Comments
Elenise Scherer
4/2/2017 04:08:39 pm
gostaria de comparar o livro A escrita da Cultura, como faço?
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vera solange pires gomes gomes de sousa
8/3/2020 12:33:13 pm
Onde posso comprar?
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