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Matar o morto - uma etnografia do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro Medeiros, Flavia Niterói: Eduff, 2016. 221p. A rotina e os meios de funcionamento do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IMLAP), no Rio de Janeiro, são fruto de atenção de estudo etnográfico minucioso de Flavia Medeiros. Baseado em trabalho de campo realizado no IMLAP, a autora retrata os meandros do funcionamento do Instituto. Por meio da descrição da rotina e dos modos de tratar os falecidos o livro visa compreender como se realiza o processo de "matar o morto", ou seja, como se desenvolve um conjunto de procedimentos que visa identificar o corpo e a causa de sua morte. 'Não reclamado', 'não identificado', 'baleado', 'presunto', 'putrefato', 'carbonizado', 'suicida', 'morte indeterminada'. A diversidade de situações encontrada pela autora revela que os mortos não são todos iguais e que os corpos falam sobre as condições das mortes e das vidas. Medeiros articula a capacidade de estranhar com a possibilidade de ser afetado pelo campo. Os meandros da realização da pesquisa em um local pouco usual são explicitados, bem como as maneiras pelas quais os funcionários do IMLAP, mesmo tão acostumados a lidar com cadáveres, são também afetados pelos mortos, por suas histórias e relações sociais. Os processos institucionais de identificação de cadáveres analisados pela autora permitem pensar o papel social dos mortos, que não se restringe a indicar a transitoriedade da vida. Os ritos e os cuidados analisados por Flavia Medeiros demonstram que a posição social do falecido explica que há vida após a morte - uma vida que não tem a ver com crenças na ressurreição ou reencarnação, mas sim com a recomposição de tramas sociais nas quais todos estão envolvidos. Leia a apresentação, o prefácio e o prólogo da obra aqui.
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